sábado, 17 de outubro de 2009

TAYLORISMO & FORDISMO E A CULTURA ESCOLAR

No século XX ocorreu uma revolução nos sistemas de produção e distribuição na indústria, possibilitando o surgimento de processos visando o acúmulo de capital e de meios de produção. Entre as estratégias utilizadas para esse fim estava o barateamento da mão-de-obra, bem como a desapropriação do conhecimento acumulado pelos trabalhadores. Dessa forma os trabalhadores participavam apenas dos processos mais simples e automáticos dentro da linha de produção, sendo-lhes negado o direito a participação na tomada de decisões e no controle empresarial, umas pessoas usam o intelecto, pensam e decidem, outras as mãos, apenas obedecem. Com isso, os empresários estabelecem um maior controle sobre as decisões de produção e comercialização dos produtos, impedindo a democratização dos processos envolvidos. O aparecimento das linhas de montagem na indústria , a organização e distribuição das tarefas, contribuiu ainda mais para a desqualificação do trabalhador, acentuando a importância da mecanização do trabalho, o ser humano obedece à máquina, perdendo sua autonomia e independência. O lucro assume papel fundamental na sociedade, as necessidades e interesses das pessoas ficam em segundo plano frente à essa realidade. O sistema educacional é afetado pelo modelo de produção adotado pela industrialização, ou seja, o currículo escolar é fragmentado em matérias, temas, lições, descontextualizados da realidade dos alunos, que não compreendendo o significado dos processos de ensino e aprendizagem, e os conteúdos culturais desenvolvidos, que não promovem reflexão, acabam por ressaltar apenas a capacidade de obediência e submissão destes, qualificando-os através de notas, comportamento e esquecendo a necessidade de um currículo escolar para desenvolver a cidadania dos alunos, possibilitando julgamento e intervenção sociais.
A partir da década de oitenta começa o processo de globalização da economia, obrigando a revisar e modificar os processos de produção e comercialização, fazendo-se necessário recorrer a novas formas de gestão e organização do trabalho. Aparece o trabalho em equipe, a descentralização, a competitividade das indústrias e mercados de outros países, bem como consumidores cada vez mais exigentes. As telecomunicações são importantes e a informatização reduz a burocracia. A incerteza e a complexidade são as características da sociedade e a flexibilidade é essencial, pois permite que um trabalhador controle várias máquinas, dando-lhe autonomia.
Estes novos modelos de produção industrial, exige das instituições escolares o compromisso de formar pessoas com conhecimentos e habilidades para atender a esta filosofia econômica.

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