domingo, 17 de outubro de 2010

Reflexões Referentes ao Eixo V

Neste Eixo V do PEAD , tivemos duas interdisciplinas: Organização e Gestão da Educação e Organização do Ensino Fundamental que tiveram como tema central a organização e gestão da escola básica brasileira. Vários conceitos foram desmembrados através de diferentes autores. Através desta síntese procurarei dar um panorama geral daquilo que aprendi sobre a Gestão Democrática.
Muito tinha ouvido falar ,recentemente, em gestão democrática, seja na instituição na qual trabalho, seja em fóruns ou até mesmo de colegas indignados que utilizam o termo erroneamente quando querem ironizar a forma como a escola está sendo administrada.
A administração escolar no seu sentido político ,vem sofrendo transformações nas últimas décadas. Saímos em passos vagarosos de uma Gestão Patrimonial, na qual predominava interesses autoritários para uma Gestão Democrática da Educação e na Educação, na qual procura-se uma participação ativa dos diferentes agentes sociais e dar acesso a todos a escola. Participação ativa e através de representação nos assuntos econômicos, pedagógicos, administrativos deliberando e contribuindo para consolidação de uma escola que procure satisfazer as suas necessidades diversas e de forma efetiva. Esse tipo de gestão está garantida no aparato legal sancionado com o intuito de tornar a educação participativa, são eles: ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente ( Lei n 8.069, de 1990), PNE – Plano Nacional de Educação ( Lei 10172, de 2001), LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n 9394, de 1996). Contamos também com a elaboração de Planos de Carreira para o magistério e as Leis Orgânicas dos municípios. Esse tipo de gestão caracteriza-se pelo funcionamento dos Conselhos escolares, como órgão maior de decisão da escola, da descentralização de recursos, do provimento do cargo de diretor ,de participação direta de todos os agentes sociais, do planejamento participativo e da avaliação institucional participativa.
Analisando a instituição de ensino, na qual faço parte, percebo que as diretrizes são para uma gestão democrática, pois possui todas as características mencionadas acima, porém percebo que devemos procurar não exercer papel controlador e de assinante. Termo esse usado para me referir aos momentos em que o Conselho escolar é convocado para assinar documentos, sem prévia discussão dos desígnios da verba mandada para suprimento das necessidades. Também necessitamos de uma participação direta na elaboração ou alterações do Projeto Político Pedagógico, no qual a última alteração foi realizada no setor de informática da escola pela antiga diretora da instituição. Verifico que os agentes sociais, embora possuam legitimidade para deliberar não demonstram interesse em uma participação direta na gestão, propiciando, assim, uma administração em que não são supridas todas, ou quase todas as necessidades da instituição. São predominadas as vontades da minoria por falta de participação de todos os envolvidos no processo.
O último parágrafo acima foi descrito por mim em uma das atividades realizadas nesse eixo e fico deslumbrada ao lê-lo porque pude perceber modificações na minha escola devido ao conhecimento que obtive sobre a Gestão Democrática que precisa ter a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar. Não refiro- me que essa participação será harmônica, pelo contrário. decidir as coisas de forma democrática é dialogar, escutar, divergir, analisar e chegar a um denominador comum e mais adequado possível para a instituição cumprir com a seu papel social.Dentro da minha escola comecei a incentivar os membros do conselho escolar a terem um participação direta nos assunto que se seguiram neste final de ano: seleção dos alunos, visitas nas casas, reivindicações na SMED para ampliação de vagas e profissionais para a escola. Isso coloco porque trabalho em uma instituição de Educação Infantil no município de Porto Alegre e nesse o acesso a todos a essa modalidade educacional é restrito, porque não há vagas suficientes para a demanda que possui. O Conselho Escolar define os critérios de seleção, realiza as visitas nos lares e analisa as necessidades para o preenchimento das vagas. O trabalho é de muita responsabilidade: conseguimos junto a mantenedora a ampliação das vagas para o B1 e um novo profissional para essa turma. Também através da Pré-Conferência da Educação garantimos a isonomia de direitos com as instituições de Ensino Fundamental: recesso em julho e fevereiro, planejamento semanal e professores especializados: Artes e Educação Física.
Direção,alunos,funcionários e comunidade interagem,discutem,avaliam e se posicionam em prol de uma educação melhor,mais justa e de qualidade.

Como já mencionei anteriormente trabalho em uma instituição de Educação Infantil ,situada na periferia do município de Porto Alegre, numa turma de Berçário I. Não executo as minha funções sozinhas, somos uma equipe composta por dois monitores e uma estagiária. Os conflitos que surgem são muitos. Precisamos contar com o funcionamento normal, também, das equipes da limpeza , da alimentação e da secretaria. Qualquer problema surgido nos setores mencionados o caos está instaurado.
Anteriormentem não sabia lidar muito com as diferenças, mas graças ao conhecimento adquirido nas disciplinas, mas especificamente na de Psicologia da Vida Adulta e na de ECS obtive um embasamento para compreender os conflitos e a fundamentação teórica da escola como instituição social e espaço de trabalho.O quadro de fases abaixo auxiliou- me a compreender os profissionais da instituição e a lidar com as diferentes fases que nos apresentamos para procurar dirimir os conflitos:



ASPECTOS Puberdade e Adolescência
12-18 anos Adulto Jovem
18-40 anos Adulto Médio
40-60 anos Velhice
60-79
Velhice
Avançada
Acima de 80 anos
psicológicos Puberdade e adolescência Intimidade X isolamento Generatividade e Estagnação Integridade do EgoX desesperança
Biológicos Transformações físicas devido a alterações hormonais, capacidade reprodutiva Função sexual madura Menopausa e problemas de saúde Envelhecimento: cabelos brancos, doenças, perda da altura.
Intelectuais Maturidade Experiência e criatividade Perda da memória
Relacionais Busca por participar de grupos Interdependência Eficácia, competência e confiança Egoísmo e isolamento
Familiares Sentimento de respeito aos progenitores Redefinição dos papéis na família e dedicação aos filhos e netos. Insegurança, medo do desamparo e perda da autoridade
Amorosos Amor louco Enlaces matrimoniais Redespertar dos desejos sexuais ( maduro) Falecimento do cônjuge
Profissionais Escolha de uma profissão e êxito profissional Auge da carreira
Aposentadoria Desemprego, aposentadoria
Financeiros Dependência Procura independência financeira Estabilidade Declínio ou estabilidade

Este quadro aliado ao Projeto Temático que desenvolvi titulado Transtornos da Idade Adulta: Depressão, Distúrbio Bipolar e Pânico ajudaram-me a compreender os estados emocionais das colegas e dos pais dos alunos. Tenho a mãe de um bebê com depressão e os conhecimentos adquiridos quanto a doença ajudaram-me a compreendê-la e intervir no desenvolvimento dessa criança. Também pessoalmente as descobertas foram válidas porque possuo minha sogra com distúrbio bipolar e os mitos foram desfeitos ao conhecer um pouco mais sobre o assunto no projeto temático.
Na interdisciplina de ECS trabalhamos diversos autores que me auxiliaram a fundamentar o meu conhecimento sobre a escola no seu contexto social, antropológico e cultural. Tornando-se esse conhecimento essencial para compreender a educação na sociedade e como anseio da mesma. Nessa trajetória estudamos autores que no seu tempo contribuíram para explicar o mecanismo social e sua interferência na realidade escolar nas pessoas entes desse processo: alunos, professores e comunidade em geral. Meus afazeres docentes tiveram uma outra visão a partir das idéias de : Durkein, Paulo Freire, Meszáros, Marx e Tardiff. Esse último desmembrou e explicou o trabalho docente mostrando nossa realidade como trabalhadores na área educacional.

Como trabalho em uma turma de B1 todas as propostas apresentadas as crianças para elas são descobertas. Através da interação com os objetos eles compreendem e entram em contato com o mundo. Encontram-se na fase oral, os prazeres estão relacionados com a boca, como mencionamos no Projeto de Aprendizagem Infância desenvolvido no Seminário Integrador.
No PEAD este semestre, uma inovação para mim foi o trabalho em sala de aula ser desenvolvido por Projetos de Trabalhos, pois assumi uma turma de Educação Infantil e essa é a melhor metodologia para trabalharmos nessa modalidade de ensino.

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